domingo, 12 de junho de 2016

Resenha Comparativa - Um exemplo

Uma resenha comparativa entre dois textos sobre Integração Sensorial

Para fazer uma resenha comparativa, alguns detalhes devem ser obedecidos.

  • você precisa conhecer profundamente o assunto exposto
  • Na introdução utilize sempre algum material que foi citado em aula
  • Citar na bibliografia o material utilizado como base para explicar o assunto
  • Citar diferenças e semelhanças nas abordagens dos textos comparados
  • Se for direcionado para aplicação em alguma terapia, elaborar um plano de tratamento (não citei aqui a parte da Musicoterapia porque a intenção aqui é apenas focar na resenha comparativa)
  • Dar uma conclusão tua.

LAMPERT, Rose. Modelo de integração sensorial In: Revista Reabilitar. Porto Alegre ; Pangraf, a.2, n.4, p.16-23, 1999

OLIVEIRA, M. C. ; SIMÃO, R. Integração Sensorial In: Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo : Roca, 2002. p. 241-264

O modelo de integração sensorial foi desenvolvido há aproximadamente trinta anos pela terapeuta ocupacional e psicóloga educacional Jean Ayres. É uma teoria que descreve a relação entre o funcionamento neural, o comportamento sensório-motor e a aprendizado.

Segundo Ayres, a integração sensorial é um processo neurológico que organiza as sensações do corpo e de seu ambiente tornando possível a utilização efetiva do corpo neste ambiente. O cérebro tem como tarefas selecionar, ressaltar, inibir, comparar e associar a informação sensorial integrando-as.

As pesquisas e experiências clínicas de Ayres possibilitaram a criação de novos métodos de avaliação e intervenções terapêuticas. Assim, sendo o termo integração sensorial agrega dois significados: define o processamento das informações sensoriais no sistema nervoso central e denomina a proposta de tratamento dirigida a déficits resultantes de falhas na integração dessas informações.

Quanto à teoria de integração sensorial existem os seguintes princípios: o aprendizado ocorre quando indivíduos normais podem obter informação do próprio movimento do corpo e do ambiente processando e integrando a informação sensorial dentro do sistema nervoso central, tornando-o capaz de planejar e organizar o comportamento utilizando a informação. Quando existe uma deficiência no processo de integração ocorre um déficit no planejamento e produção do comportamento que afeta parte motora e aprendizado.

Há ainda alguns conceitos e suposições na teoria: a integração sensorial aumento o nível neural para que uma resposta adaptativa seja possível através da plasticidade do cérebro sendo o período crítico do desenvolvimento da integração sensorial, que ocorre entre os três e os sete anos de idade.

A integração sensorial ocorre em sequência progressiva desenvolvendo comportamentos complexos como resultado da presença de um aprendizado prévio. Quanto mais eficiente a integração sensorial, mas complexa será a resposta adaptativa.

Crianças com disfunção de integração sensorial mostram pouca ou nenhuma motivação para novas experiências ou para participar ativamente em seu meio ambiente.

Ainda, com base nos estudos de Ayres, foram identificadas disfunções nos sistemas tátil, vestibular, proprioceptivo e visual de crianças com dificuldade de aprendizagem. Essas disfunções interferiram no desenvolvimento motor, da linguagem, do comportamento, do bem estar social e da cognição.

Dese modo, tais disfunções foram classificadas ocorrendo, porém, diferenciações pelos autores.

  • Disfunções de Modulação Sensorial: entende-se por modulação a habilidade para monitorar e regular as informações, garantindo uma resposta apropriada a um estímulo sensorial. Os tipos de disfunções estão classificadas em: defesa tátil e insegurança gravitacional. Oliveira e Simão citarão ainda a intolerância ou reação aversiva e o movimento e Lampert acrescentará a hiporreceptividade e a proteção de audição.
  • Disfunções de Discriminação Sensorial: diminuição da habilidade para discriminar toques, movimentos, força ou posições do corpo.
Os autores divergem também quanto às nomenclaturas utilizadas:


  • Lampert classifica em distúrbio na discriminação, distúrbio da percepção e problemas de percepção visual;
  • Oliveira e Simões classificam sobre discriminação tátil, distúrbio de movimento postural-ocular e déficit de integração bilateral e sequenciamento.
Existem ainda, diferenças quanto às classificações de distúrbios de praxia.


  • Oliveira e Simões classificam as disfunções de planejamento motor em dispraxialsomatodispraxia e somatodispraxia, ambas definidas como deficiência na habilidade de idealizar, planejar e executar um ato motor não habitual na sequência correta, com o diferencial de que na somatodispraxia há uma desordem de discriminação tátil associada.
  • Lampert classificará as dispraxias em somatopraxia, distúrbio de integração bilateral e sequência, dificuldade com praxia em resposta ao comando verbal e problemas de praxia visual.
CONCLUSÃO


A avaliação em integração sensorial é realizada por meio de entrevistas e questionários (história sensorial, inventário e toque), observação da criança (observação informal, clínica e nas AVD) e teste padrão (série de 17 testes).

A terapia de integração sensorial objetiva favorecer o processamento das informações sensoriais. Um dos pressupostos é de que as atividades são autodirecionadas, i.e., a criança tem uma atração natural por atividades que promovem a organização de informações sensoriais pelo SNC (Sistema Nervoso Central), no entanto, cabe ao terapeuta a potencialização das vivências.

O tratamento pode ser individual, em grupo e orientação familiar e/ou para terapeutas e professores, pois a criança se beneficia quando as tarefas são inseridas no seu dia-a-dia.

LAMPERT, Rose. Modelo de integração sensorial In: Revista Reabilitar. Porto Alegre ; Pangraf, a.2, n.4, p.16-23, 1999

OLIVEIRA, M. C. ; SIMÃO, R. Integração Sensorial In: Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo : Roca, 2002. p. 241-264

AYRES, Jean. Terapia ocupacional: Integração sensorial In: http://www.clinicaludens.com.br/especialidades-terapia-ocupacional-integracao-sensorial.html

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