segunda-feira, 27 de junho de 2016

Intercâmbio: aprendizado e contato com outras culturas

O que é um intercâmbio


Intercâmbio pode ser definido como troca: de cultura, de conhecimento, comercial e até mesmo de diversão. Assim, quando uma pessoa sai de seu país e vai a outra nação, ela está fazendo um intercâmbio. Lembrando sempre que o ponto principal é aprimorar as relações com outros povos, outras culturas e melhorar a compreensão entre as pessoas de vários países e melhorar o grau de tolerância entre as diferenças.


Aprendizado de uma segunda língua, crescimento como ser humano, conhecer outras culturas: um upgrade garantido no seu currículo


Uma pessoa que faz intercâmbio consegue alavancar seu curriculo, além de tornar-se mais confiante, aprender a solucionar problemas, aumentar o dinamismo e agilidade no desempenho de tarefas complexas e ainda recebe um grande bônus, desenvolver a tolerância que está em falta no mundo.

Escapando da rotina, aprendendo e ainda se divertindo


Para quem não tem paciência em fazer um curso de idiomas, nada mais funcional do que conversar com alguém que fala outra língua no dia-a-dia. O intercâmbio funciona como um mergulho num universo completamente diferente. Em contato com outras culturas, interagindo com pessoas que vivem em outros países, facilita o aprendizado e a retenção do vocabulário, pois são 24 horas em contato com o idioma nativo.

A conquista da tão sonhada independência


Viver longe de casa é um aprendizado constante, pois se virar sozinho passa a ser um hábito que provoca a evolução do ser humano. Percebe-se, neste momento, que "estou por conta própria, portanto, preciso me virar, ir à luta. E acredite, você fará um milhão de amigos.

Para sempre, senão ao lado, pelo menos no coração: Amigos


O que leva as pessoas que estão sozinhas em um país com costumes completamente diferentes a se aproximarem, é a curiosidade a respeito um do outro, isso é um espaço aberto para que novas relações sejam construídas, gerando assim, uma maior socialização. É normal ainda, que novas pessoas de outros países se cruzem num mesmo espaço abrindo uma maior rede de relacionamentos. Mesmo com tantos idiomas diferentes, o entendimento acaba acontecendo.

Opções para essa conquista não faltam


Trabalho voluntário, aperfeiçoamento profissional, turismo, aprender outro idioma, estágios, graduação, são muitos entre tantos outros que podem facilitar  a conquista de um intercâmbio e vivenciar a tão sonhada aventura do intercâmbio estudantil. Isso é possível de ser realizar através de programas governamentais. E, claro, isso eu não poderia deixar de dizer. Comece a guardar uma graninha, pois você vai precisar, mesmo que seja um mochileiro.

(Texto totalmente adaptado do original: MOLIN, Rejane Dal. Hora de viajar! Intercâmbio & cursos no exterior. Bauru : Alto Astral, a.1, n.1, 2015, p.4-5)


sábado, 18 de junho de 2016

Resenha - Um estranho no ninho

Resenha escrita para nota final do 5. semestre do curso de Musicoterapia - Supervisão de estágio



Um clássico tocante para estudantes de Psicologia e cursos afins. Interessante para os estudantes de psicologia, é o foco no behaviorismo praticado por alguém que nada entende de psicologia e só age no "trabalho" da transferência

Um filme premiadíssimo, com performances maravilhosas e claro, Jack Nicholson dando show. O filme merece uma resenha minha há muito tempo!

Ficha Técnica
Titulo: Um estranho no ninho (a.p. 1975)
Direção: Milos Forman
Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Dani de Vito, William Redfield e Christopher Lloyd
Roteiro: Lawrence Hauben e Bo Goldman (baseado na peça de Ken Kesey)
Diretor de fotografia: Haskell Wexler
Música de Jack Nitzsche
Produção: Saul Zaentz e Michael Douglas

O filme "Um estranho no ninho" surgiu do sonho de Kirk Douglas em transformar em filme um romance cultuado pela juventude dos anos 60. Transformado em peça de tatro, foi um tremendo fiasco.

Após 10 anos, Michael Douglas, filho de Kirk Douglas, conheceu o então jovem diretor de cinema, Milos Formam, esse foi o gatilho para a realização do sonho do pai de Michael, no ano de 1975.

Esclareço que a década de 70 foi um marco importante para os americanos, pois uma grande geração de cineastas estava surgindo na época, dentre os quais, é importante destacar: Coppola, Scorsece, DePalma, Cimino. Estes são os grandes pela renovação do cinema americano.

Ao longo de toda sua obra, Milos Forman apresenta situações e personagens que se repetem de alguma forma. Em "Um estranho no ninho", a personagem ganha vida através de Jack Nicholson, que faz a interpretação mais emblemática da figura transgressora, que tanto seduz Forman.

Forman reatrata com maestria, através da enfermeira Ratchett uma sociedade reguladora e conservadora, com normas inflexíveis. Quanto ao hospital psiquiátrico, trata-se de uma vitrine que reproduz a segregação étnica dos EUA, com os brancos no comando, os negros como serviçais, e o índio, uma figura completamente anulada, sem espaço para manifestar-se como indivíduo. 

Esta caracterização do índio é bem interessante no filme, pois além da nulidade da sua representatividade no drama, ele é surdo e mudo. Portanto, não existe comunicação alguma entre ele e os outros internos, e claro, com a equipe médica.

Presidiário, MacMurphy é encaminhado a um hospital psiquiátrico para passar por uma avaliação, pois a direção do presídio desconfia que ele se faz passar por doente mental apenas para fugir do trabalho e da árdua rotina da prisão.


No hospital psiquiátrico o que MacMurphy encontra são internos extremamente passivos diante da figura autoritária e fria da enfermeira "terapeuta" Ratchett. No entanto, com o passar dos dias, MacMurphy vai aos poucos ganhando a confiança dos outros internos e, ao seu modo, levando um pouco de consciência a eles. Ratchett não vê na figura de MacMurphy um louco, mas sim, uma pessoa perigosa.

A enfermeira Ratchett faz a vez do que chamamos terapeuta, portanto é a pessoa responsável pelo bem-estar dos pacientes. Está em suas mãos a ajuda pra que os internos aprendam a superar suas crises emocionais, existenciais e mentais. No entanto, não é o que acontece. Em todas as sessões a enfermeira conduz os acontecimentos. O paciente não encontra espaço para falar de suas angústias.
Todas as intervenções da enfermeira são marcadas por transferências dela.


É importante notar que todos os internos são homens, portanto, as suas angústias são marcadas por figuras femininas que de maneira pouco profissional, a enfermeira tenta defender, como se ela justificasse as ações dessas mulheres na vida vida desses pacientes, mostrando a eles a parcela de culpa deles e o quanto eles fracassaram com a mulheres, sejam elas mães, esposas, namoradas. Para ela é uma questão pessoal, esses homens na verdade atingem a sua posição como mulher.

Com a chegada de MacMurphy, Ratchett começa a sentir o controle fugir de suas mãos. O comportamento transgressor de Murphy entra em cheque com uma rotina entorpecente, onde ninguém age e todos são manipulados pela "enfermeira-terapeuta".

A rotina do hospital vai mudar completamente devido a presença desse homem que não aceita a passividade dos pacientes, e esse é o maior problema para a enfermeira. Os pacientes começam a questionar o porque de falar sobre o que Ratchett quer e não sobre o que os pacientes querem.


É interessante como a questão do vínculo é tratada, ou melhor, é deixada de lado. O vínculo existente entre terapeuta e paciente é algo completamente dispensável, uma vez que são ditadas as normas e os pacientes devem apenas segui-las, sem nem mesmo saber qual é a utilidade da terapia.

A forma autoritária como a enfermeira aborda os pacientes faria Freud se levantar do túmulo.

Numa relação que se baseia na confiança e na ajuda, a enfermeira, agiu contra todos os princípios: a falta de sensibilidade junto a inflexibilidade acabam por culminar no suicídio do jovem e deprimido Billy. Valendo-se do poder que a figura materna exerce sobre o rapaz, ela se se utiliza desse fator para fazê-lo sentir-se envergonhado por ter feito sexo com uma garota.

Na realidade, a figura assombrosa da enfermeira é apenas um reforço negativo para cada um dos internos. Ela é a personagem que provoca o sentimento de impotência e reforma a ideia da incapacidade mental de cada um.

Infelizmente, o desfecho do filme, como em todos de Forma, não é bonito. MacMurphy é submetido a uma lobotomia, uma forma de mostrar no filme, que uma figura transgressora precisa ser eliminada. 

A lobotomia faz sentido, pois é a forma mais eficaz de transformar uma pessoa que incomoda, num completo vegetal. É fechar com chave de ouro, coroando a figura opressora quando ela consegue anular completamente a pessoa que tanto a incomoda.


O papel de Ratchett como terapeuta é tão contrário aos princípios da profissão que para ela, é uma vitória ver a frustração estampada no semblante de um interno.

A última cena do filme talvez seja um conforto, o índio, ao ver MacMurphy transformado num vegetal, prefere matá-lo a vêlo daquele jeito, e isso finalmente, o transforma numa montanha (como o índio era chamado).

quinta-feira, 16 de junho de 2016

A Graduação acabou? Prepare-se, você está apenas no início


Dúvidas após o término da Graduação é normal

Todo formando, quando chega o momento do final da Graduação se sente perdido e confuso diante de tantas possibilidades e, pior, perdido quanto às nomenclaturas e seus significados. Então, vamos esclarecer as dúvidas sobre o assunto. Existem vários tipos de pós graduação. Mãos à obra e tente verificar o que você quer para o futuro e com o que você se identifica:
  • Especialização
Para os recém-formados é o curso mais indicado se não pretende seguir uma profissão acadêmica. Ela aprofunda os conhecimentos em áreas específicas além de direcionar a carreira. É também uma boa oportunidade para profissionais que buscam uma especialidade dentro da Graduação que já tem. Ela tem uma duração de 360 e o conhecimento da língua inglesa é exigido em alguns cursos.
  • MBA
O curso tem uma duração que varia entre 18 e 24 meses e a maioria dos cursos exigem conhecimento da língua inglesa.

O Master in Business Administration é focado na prática profissional e quem procura são os profissionais que já estão no mercado de trabalho. Geralmente, é necessário que esse profissional ocupe um cargo importante, como gerente ou diretor de alguma empresa

A ideia é que se construa uma rede de relacionamentos entre pessoas que estão no mesmo nível ou um pouco mais avançado. No MBA, as práticas são voltadas para um mundo corporativo, assuntos estes que interessam a executivos com cargos de coordenação ou direção.
  • MBA Executivo Internacional
É absolutamente necessário o domínio da língua inglesa e sua duração é entre 18 a 24 meses. A intenção do curso é aprimorar a capacidade de executivos experientes em analisar as organizações e mercados no contexto da competitividade internacional

O objetivo do curso é formar dirigentes empresariais com visão global de negócios, que estejam sempre atualizados e capacitados para reformular e liderar as estratégias competitivas. Poucas instituições brasileiras, possuem esse tipo de master.
  • Mestrado Acadêmico
Com uma duração que varia entre 12 e 24 meses, algumas instituições exigem conhecimentos de um outro idioma. É o curso certo para quem quer seguir a carreira acadêmica e a pesquisa.

Esse tipo de pós é o chamado stricto sensu, e apesar dos profissionais estarem mais engajados no campo da pesquisa e na área acadêmica, existe espaço para o ambiente corporativo. As empresas estrangeiras que estão inseridas no mercado brasileiro tem criado a cultura de mestres e doutores no quadro de funcionários, da mesma forma que ocorre no exterior.
  • Mestrado Profissional
A grande maioria das instituições exige a comprovação de proficiência em língua estrangeira e tem uma duração que varia entre 12 e 24 meses. Este curso também é voltado para o ensino e a pesquisa, no entanto, tem em seu conteúdo muito mais prática do que teoria.

O mestrando desenvolve um projeto com foco no mercado de trabalho. Enquanto o Mestrado Acadêmico é mais teórico, aqui, é valorizado a prática.
  • Doutorado
É o que tem a formação mais longa. Sua duração está entre 36 e 48 meses e nele também é exigida a comprovação de proficiência em língua estrangeira. O Doutorado é o passo seguinte ao Mestrado, quando o Ph.S, Doctor of Phylosohpy, o aluno consolida e intensifica o aprendizado, tornando-se um pesquisador.

É necessário um bom currículo acadêmico na Graduação, além de ser essencial para a seleção a demonstração de qualidades e experiência em campo. A elaboração de uma tese original é essencial.

Esperamos ter ajudado aos graduandos com essas pequenas mas valiosas explanações.

terça-feira, 14 de junho de 2016

DICAS QUENTES DE PORTUGUÊS (parte 2): ACENTUAÇÃO - Essa regra continua existindo


Este texto é a parte 2 da postagem DICAS QUENTES DE PORTUGUÊS - As regras de acentuação

As palavras em língua portuguesa, com exceção dos monossílabos átonos, possuem o chamado acento tônico, correspondente à sílaba mais forte da palavra, a qual recebe o nome de sílaba tônica. As sílabas em que não recai o acento tônico são chamadas de átonas.

MONOSSÍLABOS TÔNICOS

Os monossílabos são palavras de uma só sílaba sendo átonos (fraco) e tônicos (forte). Acentuam-se os monossílabos tônicos e com sentido próprio e terminado em a(s), e(s), e o(s): lá, cá, pé, mês, só, pó, nós, pôs.

ACENTO AGUDO

Indica o som de vogal aberta: vovó.

ACENTO CIRCUNFLEXO

Indica o som de vogal fechada: avô.

TIL

Indica o som nasal em a e o: tão, põe.

ACENTO GRAVE (CRASE)

Crase significa a "contração" ou "fusão". Na maioria dos casos, trata-se da fusão entre a preposição a e o artigo a ou pronomes. Como à(s), àqueles(s).

Quando é obrigatório o uso da Crase
à + palavra feminina com correspondente ao + palavra masculina. Como: Vou à praia. / Vou ao banco.

a (preposição) + aquele (pronome), resultando em àquele. Como: Referi-me a aquele rapaz, resultando em Referi-me àquele rapaz.

Antes de nome geográfico que admite artigo a. Exemplo: Vou à Bahia. / Dirijo-me à Argentina.

Antes de hora, se corresponder a ao meio-dia. Assim: Volto às quatro horas. / Volto ao meio-dia.

Com a palavra moda subentendida. Exemplo: Pediu bife à milanesa.

Antes da palavra distância, quando determinada. Exemplo: Estava à distância de meio metro.

Em locuções com palavras femininas. Exemplo: Choveu à tarde. / Melhora à medida que repousa.

Quando a crase não existe
Antes de palavra masculina. Exemplo: Foi assassinado a sangue frio.

Antes de verbo. Exemplo: Começou a falar.

a (no singular) + palavra no plural. Assim: Fez menção a situações anteriores.

Antes de pronomes de tratamento, com exceção de Dona, Senhora e Senhorita. Exemplo: Referia-se a Vossa Senhoria.

Antes de pronome indefinido ou palavra por ele modificada. Exemplo: Não vais a parte alguma

Antes de quem e cujo(s), cuja(s). Como: Dê o recado a quem foi endereçado.

Entre palavras repetidas. Exemplo: Andei de ponta a ponta da cidade.

Antes de terra como antônimo de bordo. Exemplo: O marinheiro foi a terra.

Antes de casa como sinônimo de lar. Exemplo: Dirigi-se a casa. / Está em casa.

PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. São as palavras cuja sílaba tônica cai na antepenúltima sílaba. Exemplos: árvore, etrico, patico, trágico.

PALAVRAS PAROXÍTONAS

São as palavras cuja sílaba tônica na penúltima sílaba. Acentuam-se as paroxítonas com as seguintes terminações: e, ei(s), ps, x, u(s), um(uns), om(ons), n, i(s), l(s): Exemplos: caver, neis, ceps, rax, rus, álbum, íons, len, ri, fácil, órfãos, órfã, quei.

Ainda nas paroxítonas, acentua-se o i(s) e u(s) tônicos que formam hiato não seguidos de nh. Exemplos: saída, egoísmo, saúde.

REFORMA ORTOGRÁFICA

Em 2009, a partir de 1. de janeiro entrou em uso as novas regras ortográficas da língua portuguesa. Essa medida tem como objetivo adaptar todos os países que utilizam esse idioma. Muito embora, nem todos tenham ainda se adaptado às novas regras, o Brasil e Portugal já as colocaram em prática. O prazo para todos os países estava previsto para até o final de 2015.

Fique atento para as seguintes mudanças:
  • Não se usa mais o acento nos ditongos abertos ei e oi nas paroxítonas. Exemplos: alcaloide, alcateia, assembleia, boia, colmeia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia.
  • Não se usa mais o acento no i e no u tônicos que vêm após ditongos. Exemplo: feiura.
  • Não se usa mais o acento circunflexo nas vogais dobradas ee e oo. Exemplos: veem, voo.
  • Não se usa mais o acento diferencial a não ser nos seguintes casos: por (preposição) / pôr (verbo), pode (presente) / pôde (pretérito), tem (singular) / têm (plural), vem (singular) / vêm (plural), mantém (singular) / mantêm (plural), intervém (singular) / intervêm (plural).
  • É facultativo o acento diferencial em forma/forma. Deve ser usado para facilitar a compreensão. Exemplo: A forma do fôrma de bolo é circular.
Por hoje é o que temos para você. Bastante coisa, não é? Que tal começar a praticar escrevendo uma carta como alguns anos atrás?

Bom estudo!

domingo, 12 de junho de 2016

Resenha Comparativa - Um exemplo

Uma resenha comparativa entre dois textos sobre Integração Sensorial

Para fazer uma resenha comparativa, alguns detalhes devem ser obedecidos.

  • você precisa conhecer profundamente o assunto exposto
  • Na introdução utilize sempre algum material que foi citado em aula
  • Citar na bibliografia o material utilizado como base para explicar o assunto
  • Citar diferenças e semelhanças nas abordagens dos textos comparados
  • Se for direcionado para aplicação em alguma terapia, elaborar um plano de tratamento (não citei aqui a parte da Musicoterapia porque a intenção aqui é apenas focar na resenha comparativa)
  • Dar uma conclusão tua.

LAMPERT, Rose. Modelo de integração sensorial In: Revista Reabilitar. Porto Alegre ; Pangraf, a.2, n.4, p.16-23, 1999

OLIVEIRA, M. C. ; SIMÃO, R. Integração Sensorial In: Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo : Roca, 2002. p. 241-264

O modelo de integração sensorial foi desenvolvido há aproximadamente trinta anos pela terapeuta ocupacional e psicóloga educacional Jean Ayres. É uma teoria que descreve a relação entre o funcionamento neural, o comportamento sensório-motor e a aprendizado.

Segundo Ayres, a integração sensorial é um processo neurológico que organiza as sensações do corpo e de seu ambiente tornando possível a utilização efetiva do corpo neste ambiente. O cérebro tem como tarefas selecionar, ressaltar, inibir, comparar e associar a informação sensorial integrando-as.

As pesquisas e experiências clínicas de Ayres possibilitaram a criação de novos métodos de avaliação e intervenções terapêuticas. Assim, sendo o termo integração sensorial agrega dois significados: define o processamento das informações sensoriais no sistema nervoso central e denomina a proposta de tratamento dirigida a déficits resultantes de falhas na integração dessas informações.

Quanto à teoria de integração sensorial existem os seguintes princípios: o aprendizado ocorre quando indivíduos normais podem obter informação do próprio movimento do corpo e do ambiente processando e integrando a informação sensorial dentro do sistema nervoso central, tornando-o capaz de planejar e organizar o comportamento utilizando a informação. Quando existe uma deficiência no processo de integração ocorre um déficit no planejamento e produção do comportamento que afeta parte motora e aprendizado.

Há ainda alguns conceitos e suposições na teoria: a integração sensorial aumento o nível neural para que uma resposta adaptativa seja possível através da plasticidade do cérebro sendo o período crítico do desenvolvimento da integração sensorial, que ocorre entre os três e os sete anos de idade.

A integração sensorial ocorre em sequência progressiva desenvolvendo comportamentos complexos como resultado da presença de um aprendizado prévio. Quanto mais eficiente a integração sensorial, mas complexa será a resposta adaptativa.

Crianças com disfunção de integração sensorial mostram pouca ou nenhuma motivação para novas experiências ou para participar ativamente em seu meio ambiente.

Ainda, com base nos estudos de Ayres, foram identificadas disfunções nos sistemas tátil, vestibular, proprioceptivo e visual de crianças com dificuldade de aprendizagem. Essas disfunções interferiram no desenvolvimento motor, da linguagem, do comportamento, do bem estar social e da cognição.

Dese modo, tais disfunções foram classificadas ocorrendo, porém, diferenciações pelos autores.

  • Disfunções de Modulação Sensorial: entende-se por modulação a habilidade para monitorar e regular as informações, garantindo uma resposta apropriada a um estímulo sensorial. Os tipos de disfunções estão classificadas em: defesa tátil e insegurança gravitacional. Oliveira e Simão citarão ainda a intolerância ou reação aversiva e o movimento e Lampert acrescentará a hiporreceptividade e a proteção de audição.
  • Disfunções de Discriminação Sensorial: diminuição da habilidade para discriminar toques, movimentos, força ou posições do corpo.
Os autores divergem também quanto às nomenclaturas utilizadas:


  • Lampert classifica em distúrbio na discriminação, distúrbio da percepção e problemas de percepção visual;
  • Oliveira e Simões classificam sobre discriminação tátil, distúrbio de movimento postural-ocular e déficit de integração bilateral e sequenciamento.
Existem ainda, diferenças quanto às classificações de distúrbios de praxia.


  • Oliveira e Simões classificam as disfunções de planejamento motor em dispraxialsomatodispraxia e somatodispraxia, ambas definidas como deficiência na habilidade de idealizar, planejar e executar um ato motor não habitual na sequência correta, com o diferencial de que na somatodispraxia há uma desordem de discriminação tátil associada.
  • Lampert classificará as dispraxias em somatopraxia, distúrbio de integração bilateral e sequência, dificuldade com praxia em resposta ao comando verbal e problemas de praxia visual.
CONCLUSÃO


A avaliação em integração sensorial é realizada por meio de entrevistas e questionários (história sensorial, inventário e toque), observação da criança (observação informal, clínica e nas AVD) e teste padrão (série de 17 testes).

A terapia de integração sensorial objetiva favorecer o processamento das informações sensoriais. Um dos pressupostos é de que as atividades são autodirecionadas, i.e., a criança tem uma atração natural por atividades que promovem a organização de informações sensoriais pelo SNC (Sistema Nervoso Central), no entanto, cabe ao terapeuta a potencialização das vivências.

O tratamento pode ser individual, em grupo e orientação familiar e/ou para terapeutas e professores, pois a criança se beneficia quando as tarefas são inseridas no seu dia-a-dia.

LAMPERT, Rose. Modelo de integração sensorial In: Revista Reabilitar. Porto Alegre ; Pangraf, a.2, n.4, p.16-23, 1999

OLIVEIRA, M. C. ; SIMÃO, R. Integração Sensorial In: Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo : Roca, 2002. p. 241-264

AYRES, Jean. Terapia ocupacional: Integração sensorial In: http://www.clinicaludens.com.br/especialidades-terapia-ocupacional-integracao-sensorial.html

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Dez dicas fabulosas para uma redação perfeita


Nada assusta mais os concurseiros, vestibulandos e candidatos do ENEM do que a Redação. O grande problema é que a redação é a única parte subjetiva das provas, não existe o certo e o errado, existe o ponto de vista da pessoa com relação a um determinado tema. E aí, vem aquele medo de falar asneiras ou escrever errado.

Como esse problema é praticamente geral, pois fomos programados para pensar logicamente e linearmente e não de forma abstrata ou criativa, o grande fantasma passa a ser justamente aquele que deixa a pessoa mais vulnerável, ou seja, ela se sente exposta simplesmente por escrever um texto aonde o único parâmetro que ela possui é o título daquilo a ser escrito.

Encontrei um roteiro legal e quero compartilhá-lo com vocês. A medida que eu for avançando ou mesmo no final, vou completando com algumas coisas que eu costumo fazer.

AS 10 DICAS DE OURO


  1. Na dissertação, não escreva períodos longos nem muitos curtos (por período, quero dizer, frases).
  2. Na dissertação, não use expressões como "eu acho", "eu penso" ou "quem sabe", pois eles demonstram dúvidas em seus argumentos (quer dizer, afirme, mas nunca coloque em dúvida um argumento seu, na redação, você convence ou leva a pessoa à reflexão).
  3. Uma redação "brilhante" mas que fuja totalmente ao tema proposto, automaticamente é anulada.
  4. É importante que, em uma dissertação sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta.
  5. A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, i.e., deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular.
  6. Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas devem ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos (isso quer dizer que a personagem do seu texto deve possuir uma identidade visual e personalidade, além de traços psicológicos como todos nós temos).
  7. O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá ser orientada.
  8. O que se solicita dos candidatos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita. (ou seja, não é apenas um comunicado sobre algum acontecimento, é também uma reflexão a respeito do ocorrido).
  9. A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais.
  10. Na narração, há a necessidade de caracterizar e desenvolver os seguintes elementos: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo.
Para você não se perder na hora de escrever, leve em consideração que existem três estilos de redação: a dissertativa, a narrativa e a descritiva e, consequentemente, todas são diferentes uma da outra, portanto, a abordagem difere muito de um estilo ao outro.


Dissertativa
É um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia ou questionamento para abordar um tema. Ela é dividida em três partes: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Dentro da Dissertativa existe um subtipo, que é o mais solicitado aos alunos do ENEM, a redação dissertativa-argumentativa. Nesse estilo cabe ao aluno, desenvolver uma tese, mostrar argumentos sobre uma intervenção e convencer o leitor.

Narrativa
É a elaboração de um tema que tenha personagens reais ou fictícios que ocorrem num determinado tempo ou espaço. Não esquecer de levar em consideração os itens 6 e 10 citados acima.

Descritiva
O narrador tem a função de representar por meio de palavras a respeito de um objeto, ideia ou sentimento. A intenção é que o leitor crie em sua mente uma imagem daquilo que o narrador descreve.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
As únicas formas que existem para escrever bem: leia muito, desenvolva seu senso crítico, leia mais ainda, aprenda a fazer exercícios de sensibilização, leia ainda mais, mantenha-se informado sobre os acontecimentos no mundo, principalmente aqueles que  geram polêmicas, controvérsias, mas não desvie seu foco daquilo que escreve, seja coerente acima de tudo. E treine, escreva sobre tudo o que lhe ocorrer. Escrever bem é questão de treino, conhecimento de vocabulário, coisas que são alcançadas apenas com leitura e mais leitura.Boa sorte!

Em outros momentos escreverei mais sobre o assunto.  As dez dicas eu adaptei de um manual para concurso público. O que se encontra entre parênteses e a última parte são intervenções minhas.